quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

WHY DON´T YOU CHANGE?

Olá amigos.

Ontem assisti a uma palestra de um amigo, seu nome é Sinésio, onde ele iniciou sua dissertação com este questionamento, e foi em inglês mesmo a pergunta, que logo após foi traduzida em benefício daqueles que desconhecem o idioma. Título da palestra: A Raiz Do Nosso Sofrimento. Durante uma hora fomos levados de forma brilhante pelo palestrante a questionar nossa forma de encarar nossas vidas, veio em uma hora extremamente oportuna para mim, me fez refletir  sobre muita coisa que ocorre a todos nós, e que na maioria das vezes passa batido na correria do dia a dia, na luta insana de matar um leão por dia.
Porque apesar de todo sofrimento, todos nossos atos impensados, todos nossos erros, todas nossas angústias, somos impermeáveis à necessidade de mudança?
PORQUE NÃO MUDAMOS?
A raiz de nosso sofrimento está  na nossa maneira de nos relacionar com o tempo, esta entidade amorfa e indefinida. Penso logo existo ou penso e logo desisto. Em que fase do tempo situa-se meu pensamento? No ontem com suas mazelas, suas mágoas, suas alegrias, suas saudades, seus arrependimentos, seus acertos, seus desconsertos? No amanhã com suas incertezas, suas preocupações, suas indefinições, suas perspectivas, suas promessas? Ou no hoje, no momento presente, no agora? Façam este questionamento de forma corajosa e verdadeira e não se espantem com o resultado,
Tudo começa pelo pensamento, somos o que pensamos, com nossos pensamentos construímos nosso mundo. Buda já ensinava esta máxima, o maior dos mestres deixou também seu ensinamento: A cada dia o mal que ele já comporta em si mesmo.
"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham, nem fiam. Eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" (Mateus 6:28-29).
Devo confessar envergonhado que durante muitos anos pensei ser este um texto de Érico Veríssimo, santa ignorância, só rindo.
A raiz de nosso sofrimento é o desconhecimento que só podemos ser felizes no momento presente, no agora. Existe uma máxima budista que diz que existem dois dias sobre os quais não devemos nos preocupar. O Ontem e o Amanhã. O ontem, também conhecido por PASSADO, significando o que já passou, já foi vivido, e o amanhã, também conhecido por FUTURO, o que pode ou não vir a ser vivenciado, portanto entre o que já está definido e a indefinição situa-se o AGORA o momento presente, nosso tempo real, nosso tempo de sermos felizes. Fácil não é? Até parece. Na incompreensão desta verdade reside toda fonte de nosso sofrimento, alguns vivem em um passado de mágoas, a traição do ser amado, a revolta com o ausente, a chance perdida que não retornou, o amor que não pode ser vivenciado, o gosto nunca mais esquecido e jamais experimentado novamente, aquela memória olfativa que nunca mais é experimentada de novo ou ainda aquela felicidade de um tempo onde tudo era diferente: No MEU TEMPO as coisas eram muito melhores. Estamos sempre escutando estas afirmações, até mesmo as imagens evocativas de momentos felizes não nos levam a gratidão por havê-las vivenciado, mas sim a revolta por haverem ficado no PASSADO que julgamos haver sido muito melhor do que o nosso momento atual, em outras palavras nosso PRESENTE. Já pensaram que nome mais adequado, presente.
Por outro lado encontramos aqueles que por medo de viverem o momento presente com seus desafios, preferem se tele transportarem para o futuro, viver em projeção. Se eu ganhar na loteria... Quem nunca fez estas projeções? Não é que seja nada fora do normal, simplesmente tem o condão de tirar nossa consciência do momento presente, o único  no qual nós temos o poder de atuar e sobretudo  transformar.
Vale ressaltar ainda, aqueles que vivem no futuro através das PRÉ OCUPAÇÕES ou preocupações como são mais conhecidas.
A melhor definição de preocupação que já encontrei é uma que diz assim: Preocupação, ensaio prévio das coisas que PODEM vir a dar errado. Algum de vocês já se preocupou com o que pode dar certo? Creio eu que nunca, é difícil imaginar assim: Meu Deus, amanhã eu vou chegar no banco e este cheque vai ter fundo, que problema. Impossível, não acham? Sempre ocorre o contrário. Nossa amanhã tenho que ir ao banco, vai ter aquela fila imensa, vou perder um tempo danado, e se bobear este cheque ainda não vai ter fundo para completar, aí chega-se no banco não tem fila você é atendido rápido e o danado do cheque TEM FUNDO, sofreu por antecipação, especialidade da casa.
E assim entre o que já foi vivenciado com todas as suas mazelas e suas saudades e o que está por vir, com todas as suas indefinições e promessas, esquecemos de viver e principalmente agradecer pelo momento presente.
Só posso ser feliz agora, o que passou serve de experiência para uma nova tomada consciente de decisões, mais maduras e objetivas. A minha crença me diz que os erros devem ser reparados, mas isto não nos obriga fatalmente ao sofrimento. Reconhecimento de nossas falhas é um processo inexorável rumo ao nosso aperfeiçoamento moral, o reparo dos danos é imperioso para retomada de um caminho mais brando e plenamente feliz. Somos todos nós herdeiros de nossos próprios atos, a ninguém deve ser imputada a culpa de nossos insucessos, não gosto da palavra fracasso.
Estamos todos em processo de aprendizado constante, pena que resistentes às sugestões da amizade, da caridade, da paciência, da benevolência, do perdão, enfim do amor  verdadeiro, sejamos compelidos através da dor e do sofrimento a parar e pensar sobre nossas trajetórias, sobre o rumo que damos as nossas existências. Plantamos o que achamos por bem semear, portanto é ilógico que reclamemos da colheita muitas vezes árida que temos pela frente. Achamos-nos injustiçados, castigo é uma palavra recorrente no nosso vocabulário, assim como uma outra ainda mais cruel para nós mesmos, REVOLTA.
Quando entendermos de fato que vivemos o momento presente e que nele é de fato a hora para sermos felizes, aí sim nossas vidas sofrerão uma transformação inacreditável, se tomarmos as melhores decisões não só para nós, mas também para todos que nos cercam não teremos o que lamentar do passado e nem com o que nos preocupar em relação ao futuro. Como se faz isto? Simples. PULEM A CERCA. Não é isto que vocês estão pensando, trazemos todos nós a medida exata para lidarmos com qualquer situação e qualquer questionamento. Fazer ao outro o que gostaríamos que o outro nos fizesse. Fácil? Deveria ser, não é? No entanto, já se passaram dois milênios deste ensinamento, e apesar da assombrosa evolução intelectual da humanidade ainda engatinhamos nos domínios do EGO este monstro multiforme que teima em nos manter presos ao pó quando nosso destino é a imensidão do cosmo.
Que todos possamos viver o momento presente e aproveitar a vida em plenitude com alegria advinda do senso do dever cumprido.
Um grande abraço a todos. Fiquem com Deus.  

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