segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CAIXINHA DE SURPRESAS


Olá amigos.
Assim como o futebol, a vida é definitivamente uma caixinha de surpresas, quando você pensa que já passou por tudo, que já viu  tudo o que havia para ser visto, quando já experimentou o que poderia experimentar, o vocábulo inusitado passa a fazer parte do seu dicionário.
E aí esta o grande barato deste exercício cotidiano que denominamos VIVER.  Gonzaginha já nos fez esta pergunta. E a vida, e a vida o que é? Diga lá meu irmão. Ela é a batida de um coração? Ela é uma doce ilusão? Eu de cá arriscaria um... Sei não! 
Sem rodízios vou logo falando o que penso, a vida é aprendizado, e  portanto, como o aprendizado é infinito e inesgotável, assim é a vida, um exercício constante e infinito rumo ao autoconhecimento e ao conhecimento de tudo o que nos cerca.
Seguindo a lógica irracional dos meus textos, se é que existe tal coisa, lógica irracional,  e como para todo efeito existe uma causa, não é por loucura simples que estes pensamentos vieram me visitar, é loucura elaborada.
Meu amigo Herbert Viana em uma de suas músicas, faz uma constatação aparentemente simples na forma, mas com uma carga de significado tão ampla quanto o universo. Há um segundo tudo estava em paz.  Tentem  não se aterem apenas ao espírito da palavra,  mas sim adentrar a palavra do espírito, não vejam aí conotação religiosa, é apenas questão de reflexão íntima.
Há um segundo tudo estava em paz... E no segundo seguinte tudo se transforma, onde havia risos, o choro se faz presente, onde havia harmonia o caos se instala, onde havia luz a presença das trevas se faz sentida. Graças a Deus, o inverso também ocorre, mas sem tamanho impacto de reflexão, a saída da zona de conforto sempre é mais intensamente vivenciada, do  que o seu retorno a ela, apesar da sensação de alívio sentida quando transpomos algum obstáculo, quando vencemos algum desafio.
Um simples reencontro me fez fazer todas estas digressões, pensava eu já ter minha vida definida, em curso certo, com destino de chegada definido, ledo engano, mal sabia eu com  quanta novidade eu ainda me defrontaria após o segundo da mudança, aquele segundo que me retiraria da minha zona de conforto e me jogaria no olho do furacão.
Quanta mudança se processou em menos de três anos na minha vida, 900 graus, duas voltas inteiras e meia, é a minha sensação, vi o mundo em outra perspectiva, não muito agradável, diga-se de passagem,  de cabeça para baixo no primeiro momento, e ainda agora em um plano  bastante inclinado.
Vivenciei emoções inusitadas, descobri  possibilidades insuspeitas, me reinventei, e neste processo descobri o quanto ainda tenho por ser revelado, o quanto ainda tenho para experimentar e aprender sobre mim mesmo, poderia ter sido  um fato qualquer, ou uma pessoa qualquer, mas coube a você, por contingência do destino, sempre tão insondável, ser o agente catalizador desta transformação bárbara, que ocorreu na minha vida, mudando a percepção que eu tinha de mim mesmo, e no processo encontrando  uma nova maneira de me relacionar com as pessoas.
Não foi fácil não, mas ter minha vida tangenciada pela sua naquele momento crítico de tomada de decisão, me levou a enxergar de forma  clara e sobretudo definitiva que o caminho até então percorrido, não tinha via de retorno, seria outro o meu destino de chegada, foi um divisor de aguas, adoro esta expressão, me faz pensar em Moíses, que na minha imaginação tem o rosto de Charlton Heston é inevitável para a minha geração.
O fato é que ao atravessar o meu Mar Vermelho, me vi em terras desconhecidas, que percorro em passos hesitantes, cautelosos, os ecos da última experiência ainda reverberam na alma, mas nada que me faça deixar de prosseguir a caminhada, é trajeto percorrido, mesmo que os pés em carne viva sejam uma lembrança pouco agradável.
O fato é que você mudou minha percepção, me descortinou um mundo de possibilidades que eu julgava a mim vedadas, nossa interação não é de agora, sei por saber desta verdade, nossos espíritos são afins, afeto verdadeiro, apesar de extremamente confuso, mas é assim mesmo.
Nos entendemos e nos desentendemos, nos atraímos e nos repelimos, mas posso dizer, me sinto um privilegiado pela experiência.
Hoje nossas vidas tomaram rumos distintos, você segue seus caminhos na tentativa comum a todos de auto descobrimento, o mesmo caminho que percorro tendo outros companheiros de jornada, mas tenha certeza de uma coisa, afeto real é eterno, imorredouro.
Talvez aqueles que se arriscarem a ler este texto não possam entender a motivação de tê-lo escrito, contudo como já disse anteriormente, isto aqui tornou-se um binômio de terapia-terapeuta, mas penso que como as experiências são muito semelhantes, vocês entendam, que isto tudo nada mais é, que um tributo de gratidão, uma homenagem que presto através de uma pessoa a tantas outras que compõe o mosaico da minha existência, que me enriqueceram com a sua convivência, que fizeram cada segundo ser um momento de transformação, e agradeço a Deus por assim ser, o contrário tem por nome, estagnação.
Viver é assumir riscos, alguns calculados, outros nem tanto. Let it be.
Um grande abraço a todos, hoje em especial a você a quem foi dedicado estes pensamentos imperfeitos. Até o próximo surto..
Fiquem todos sob a proteção de Deus
Ricardo M

sábado, 5 de novembro de 2011

CORAÇÃO INSENSATO ( Letra de Samba )

Ah! Coração insensato
Já nem se liga no fato
Insistindo em tentar
Só consegue se iludir
Fingindo não ouvir
O que tento te explicar
Encontrar um amor de verdade
É  beco sem saída
Só um em sua vida
Já é raridade
Contudo você não me escuta
Prossegue na luta
Sem querer entender
Esquece a própria vivência
Negando a evidência
Fingindo não ver
Quem disse te amar
Falou por falar
Terminou sempre em dor
Depois você chora baixinho
Soluça, reclama
E eu cá na minha cama
Não consigo dormir
E mais uma vez eu te explico
Consolo,suplico, fingindo supor
Que desta vez você entenda
E vê se se emenda
Pois nesta contenda
Sou professor
Te peço, tenha piedade
É que em questão de saudade
Te digo sem vaidade
Já me tornei Doutor
Insensato coração
Sei que te falo em vão
Só faz a sua vontade
Ignora minha agonia
Pois quem vive na tempestade
Enjoa na calmaria.

Ricardo M          Cartola que me aguarde. rsrsrsrs.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

SPC - SERASA - BACEN - RECEITA FEDERAL

                     
Olá amigos
Proponho a todos uma pequena brincadeira, vamos usar nossa imaginação, vou lhes passar algumas imagens e algumas tarefas imaginárias, mas tudo tem que ser feito com exatidão e boa vontade de brincar. Vamos lá!
Vamos imaginar que temos um Limão em nossa mão esquerda e uma faca na mão direita, um limão daqueles de casca verde claro, brilhante, fina, suculento. Visualizem o limão em suas mãos, vamos então cortar este limão ao meio, sentir o suco que escorre entre nossos dedos, apanhar uma das metades e espremer direto em nossa boca. Se vocês fizeram isto da forma pedida, tenho certeza absoluta que o azedo do suco deixou suas bocas cheias de saliva.
Agora vamos repetir o mesmo exercício usando uma fruta diferente, vamos visualizar uma  Potuca em nossas mãos, cortá-la ao meio e repetir o processo de espreme-la diretamente em nossas bocas. Sentiram?  Não?   Por quê? Claro que a resposta para todas estas questões, será a mesma para todos. O que é uma POTUCA?  Não conhecem??????  Nem eu...
A brincadeira acima serve para que eu possa embasar toda a minha argumentação, só podemos sentir, sob todos os aspectos que envolvem nossos cinco sentidos básicos, e além deles, o que nossa experiência comporta, ou seja, só podemos avaliar o que conhecemos, a mesma argumentação serve para todos os outros aspectos de nossa vida.
Só reconhecemos no outro aquilo que trazemos dentro de nós, aquilo que já foi experimentado, aquilo que foi vivenciado, enfim o que foi sentido.
Preciso indubitavelmente do outro para saber quem  eu próprio sou, o olhar do outro me define.
Quando falo que alguém é invejoso, é que este sentimento apesar de solenemente negado até a morte, é de fato por mim conhecido, já foi vivenciado e conjugado na primeira pessoa.
Quando digo que alguém é maledicente, ou no popular, fofoqueiro, eu também reconheço ter sofrido da mesma patologia d alma, apesar de tentar me enganar que detesto fofoca. É sempre assim, vivemos sempre em negação ao que de fato somos.
Peguem qualquer sentimento, maior ou menor e submetam ao teste, não tem como se furtar a regra, só conheço o que trago ou já trouxe impresso em meu espírito, caso contrário, estaria em completa ignorância em relação ao que estivesse vivenciando. POTUCA, não teria sentido.
O que me levou a pensar e escrever sobre tudo isto, foi uma sensação indelével, que já há algum tempo, recusa-se terminantemente a me abandonar,  apesar do esforço enorme de submergi-la, sempre me vem à tona, sensação muito comum a todos, a de se sentir injustiçado, caluniado.
Tenho um conhecimento vasto, proporcionado pela leitura constante, uma curiosidade enorme sobre tudo e um desejo insaciável de aprender, contudo meu conhecimento ainda está longe de transformar-se em sabedoria. Conhecimento não é sinônimo de  inteligência, eu que o diga. Tomei inúmeras decisões que contrariavam frontalmente tudo o que eu já sabia.
LIVRE ARBÍTRIO, posso escolher conforme minha vontade, mas em contra partida tenho que assumir o resultado da escolha, não há nada melhor para explicitar a Grandeza do Criador. Liberdade de Escolha e Responsabilidade perante ela. JUSTIÇA PERFEITA.
Tudo o que aqui escrevo, escrevo em primeiro lugar para materializar meus sentimentos, minhas emoções, uma forma de tornar palpável o que me vai pelos meandros da alma, uma forma de exorcizar tudo o que me retém a jornada, tudo o que me paralisa de certa forma, portanto é disto o que se trata.
Não sou credor de ninguém, apesar de neste exato momento,  meu espírito tentar sucumbir a tentação de fazer as cobranças indevidas das quais no recôndito da alma me julgo credor, mesmo SABENDO que não me cabe nenhum direito de faze-las.
Estão vendo como funciona a questão? Conhecimento x Negação. Consolo-me com o reconhecimento da minha inferioridade moral, que só através de muita jornada, muito caminhar,  poderei  chegar um dia à luz plena do conhecimento tratado com discernimento, ou seja, sua transmutação em SABEDORIA.
Este recado é para mim mesmo em primeiríssimo lugar e para quem quiser escutá-lo. NÃO SOMOS CREDORES DE NINGUÉM, portanto deixemos a postura de vítimas, quando na maioria das vezes, somos nós os algozes.  Somos nós os críticos severos da vida alheia,  quando não damos conta da nossa própria vida, somos nós os cobradores impiedosos de nossos companheiros de viagem, quando não pagamos nossos próprios débitos, somos réus inconfessos, tentando exercer o papel de juízes do proceder do nosso próximo, não temos este direito
Muito ao contrário, somos eternos devedores perante a LEI DE AMOR, que a tudo e a todos ordena, com suprema Justiça e Bondade, perante a esta Lei sempre temos a chance da renovação do aprendizado, até que por esforço próprio, possamos ostentá-lo como conquista legítima, no íntimo de nossos corações.
Espero que minha alma entenda e aceite o que aqui escrevo e proclamo: A todos aqueles que julguei indevidamente meus devedores, saibam que suas promissórias caducaram, seus cheques sem fundos foram retirados do meu BACEN interior, que suas promessas não cumpridas foram reconsideradas à luz das minhas próprias, inúmeras, que deixei  eu mesmo de cumprir, no meu SPC, não há mais ninguém negativado, meu SERASA fechou as portas, na minha  RECEITA FEDERAL, não há mais impostos devidos.
Peço aos meus credores a indulgência de fazerem o mesmo em relação a mim, mas aí já é outra questão.
Só de escrever isto tudo minha alma já está mais leve, que assim ela possa permanecer.
Um grande abraço a todos, fiquem com Deus.
Ricardo M.