segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Olhando para o próprio umbigo

Olá amigos

Estava certa vez no distrito de Conservatória, a minha querida ¨Cidade da Seresta ¨  durante minha penúltima crise afetiva emocional, quando aturdido com tanta coisa que havia   ocorrido em um curto espaço de tempo em minha vida, ou seja, separação de um casamento de 22 anos, solidão, sentimento de culpa e se já não bastasse  tudo isto, havia ainda, culminando  todo o processo, um rompimento abrupto de uma relação, aliás a promessa de uma relação que havia me despertado da letargia em que me encontrava naquele momento, quem já se separou entende o que digo, aos outros que Deus possa conceder-lhes o desconhecimento, o caso é que da euforia passei a curtir aquela fossa pelo que não fora possível ser vivido, naquele estado de profunda incerteza quanto ao futuro, cheio de desesperança como nunca antes havia vivenciado, pois sou um otimísta incorrigível, me deparo com um singelo quadro de pano com bordados em ponto de cruz com o seguinte enunciado : Quando pensamos que temos todas as respostas para a vida, ela vem e muda todas as perguntas. Insight, epifania, iluminação, nomeiem como quiserem, vou usar algo mais simples, eu tive uma revelação, as perguntas haviam mudado e eu não conhecia mais as respostas, assim tudo entrava nos eixos, sempre disse que era muito inteligente desde que me perguntassem o que eu soubesse, e era isto o que agora estava acontecendo, haviam me mudado de sala de aula e eu nem havia percebido, para aquelas questões eu era analfabeto.
A história se repete, sempre escutei tal afirmação, e hoje constato sua veracidade, vivemos em círculos contínuos que interagem, atraem-se, repelem-se, formando inúmeras imagens em diversas dimensões e perspectivas.
A vida prosseguiu, como é seu costume, e  encarregou-se de colocar em meu caminho uma nova chance de felicidade e paz, contudo novamente me propôs questionamentos diferentes aos quais estava acostumado e  para aos quais não tive mais uma vez as respostas mais adequadas e condizentes, falhei mais uma vez em não perceber a mudança das questões propostas e enfiei os pés pelas mãos no desespero próprio daqueles que não sabem o que fazem e por não saberem, tomam as piores decisões possíveis e imagináveis, estou me tornando um expert no assunto.
Paciência para acalmar o espírito atribulado, inteligência de calar na hora adequada, afastamento do centro da tormenta para avaliação dos danos, AVADAN, até sigla tem para isto nos centros de emergência, mas acima de tudo isto, faltou o principal de ambas as partes, a compreensão dos limites do outro e a necessidade de se falar tudo o que se tem de falar com amor, paciência, reflexão, para a própria pessoa olhos nos olhos. Faltou amor, simples assim.
O que ficou para trás não tem mais concerto, as ofensas, as palavras duras destituídas de sentimento real, ditadas apenas pelo nosso monstro interno que chamamos orgulho, tudo isto deixa de ter importância quando o fim  torna-se irreversível, engraçado é perceber que depois de todo o processo já concluído é que percebemos a realidade na qual estivemos envoltos e  para qual não tivemos o discernimento adequado para perceber a solução mais apropriada.
Não adianta culpar os detratores de plantão que sempre aproveitam estas ocasiões para atuarem em sua forma mais pérfida, a eles a Lei do Retorno, sempre disse que se quisermos procurar o culpado de nosso infortúnio basta nos posicionarmos diante do espelho.
Amigos reais e leais deram seus concelhos que foram solenemente ignorados, seguimos sempre com nossas convicções e nelas baseamos nosso processo de tomada de decisão, e é aí que sempre preferimos não entender que somos hoje o resultado do que decidimos ontem e seremos amanhã o resultado de nossas escolhas de hoje.
Fui ao fundo do poço mais uma vez, mas desta feita de forma intensa com abalos sérios para minha saúde física e emocional, tudo através das escolhas por mim determinadas, achando-as as mais certas e convenientes no momento.
Hoje ao preencher o meu  AVADAN  com sua consequente análise, causa-me enorme perplexidade perceber minha total falta de preparo em lidar com perdas e acima de tudo, ter a clarividência  real dos fatos, para desta forma,  agir no melhor do meu interesse e consequentemente no interesse daqueles que me cercam.
Considerei-me credor e agi nesta crença, feri, magoei, com atitudes e palavras e no processo como não poderia deixar de ser diferente, fui ferido e magoado.
Colhe-se o que planta-se, desta Lei Natural ninguém consegue escapar incólume, já disse aqui anteriormente, que o aprendizado humano está irremediavelmente atrelado aos  erros cometidos.
Enfim que venham as novas experiências e que eu possa ter aprendido com os erros cometidos e sobretudo realizar  as mudanças necessárias no meu interior para que tudo possa ter chance de ser diferente na próxima tentativa.
Peço a Deus o entendimento daqueles que magoei e seu perdão, mas acima de tudo que eu nunca mais questione o que um amigo de valor me enviou através de um E.mail, o qual terminava com a seguinte verdade:
NUNCA A VONTADE DE DEUS TE ENVIARÁ ONDE A SUA GRAÇA NÃO POSSA PROTEGÊ-LO.
Que assim seja!
Um grande abraço a todos e fiquem com Deus