Olá Amigos.
Hoje xeretando nos mecanismos
deste blog, só agora os descobri , pois
sou um confesso Analfabyte, vi que meus
textos já foram acessados mais de 1500 vezes, em comparação a outros blogs
seria comparar uma luta minha com o Anderson Silva, mas para quem não tinha a princípio
a mínima pretensão de ser lido por quem quer que fosse, é uma grande façanha.
No comecinho isto era verdade, esta coisa de não me
importar em ser lido, mas através dos gestos de gentileza de amigos que me
incentivaram com suas palavras de estímulo, fui tomando gosto pela coisa, e
comecei a querer que as pessoas se interessassem pelos meus pensamentos
imperfeitos, porém mais do que o prazer
de ter outras pessoas interessando-se pelo o que eu tenha a dizer, o blog me fascina principalmente pelo enorme
potencial de catarse emocional que o ato de escrever me proporciona, é muito mais um acerto de contas com meus
sentimentos e minha vivência dos fatos, me levando a uma forma de auto
conhecimento que era por mim ignorada
até então, do que auto exposição, ou vaidade literária, pois escrever de forma
competente exige recursos que ainda não possuo.
Sempre aconselhei a todos o
hábito da leitura, um prazer que desfruto desde que me entendo por gente, mas
nunca pensei que o ato de escrever também pudesse ser tão compensador
emocionalmente, portanto façam vocês mesmos a experiência e ponham no papel as
suas emoções, suas interpretações do que é vivenciado, mesmo que seja para você
mesmo, e de fato sempre é, vocês verão que é uma ótima ferramenta para a própria
compreensão e aprendizado.
Como estou vivenciando uma fase
poética, tudo o que observo acabo tentando transformar em um texto poético, às
vezes até acho que sou bem sucedido, em outras fico devendo, mas isto não me
encabula mais não, coitado é de quem lê.
Meu profundo agradecimento a
todos pela enorme generosidade com que estes textos são acolhidos, hoje é também pensando em quem os lê, ou
seja, em vocês, que eu os escrevo.
Esta poesia é auto-explicativa,
reflete a minha própria experiência
de certos momentos, onde a mesa de bar
foi o derradeiro consolo, um destes tão decantados paraísos artificiais, onde
os sorrisos não passam de frágeis fachadas, onde vive-se a camaradagem etílica,
onde as pessoas pretensamente felizes, em
sua grande maior parte, vivem suas
inconseqüências, sem coragem de encarar o abismo de suas emoções, suas lacunas
existenciais, enfim como diz a letra de
uma música que sempre me marcou, e é dela que veio a inspiração para a poesia,
onde deixamos a falsa alegria a tristeza enganar.
Em tempo ressalto que, nada tenho
contra a boemia, muito ao contrário, a ela sou bastante afeito, trata-se apenas de uma advertência fraternal
para que isto não venha tornar-se
pretexto para não encarar a própria realidade, as incursões a este universo, o das mesas de bar, fazem
parte do nosso aprendizado de vida, mas anseio pelo dia que estas incursões
sejam realmente apenas um complemento da nossa alegria, uma manifestação real
de felicidade, uma comemoração saudável pela
beleza e a grandeza da vida.
Que Deus nos ampare nas nossas
melhores aspirações, um grande abraço
Ricardo M
MESA DE BAR
Mesa de bar,companheira constante
Dos meus sonhos delirantes
Companheira de boemia
Amiga das horas incertas
Se trago a alma irrequieta
Só você me completa
Abranda-me a disritmia
Em seu bojo vejo as marcas
Entre os copos e as garrafas
Cicatrizes na madeira
Juras de amor rabiscadas
O nome da namorada
Junto ao placar da rodada
O desenho de um coração
Sempre a testemunha calada
Parceira da madrugada
Total absolvição
Minha leal confidente
Sólida e resistente
Derradeira consolação
Dentro de suas linhas retas
De meus segredos repleta
Vem sempre a resposta certa
Prá minha alma vazia
Mas nesta noite sombria
Deixo a você meu alerta
Vê se deste sonho desperta
E encare a realidade exposta a
luz do dia
Todos que depredaram
Que em suas cadeiras sentaram
São reféns da melancolia
Simplesmente te usaram
Só teu corpo profanaram
Como alívio da agonia
Não foram a ti solidários
Eram assim como eu, simples
solitários
Vivendo de falsa alegria
Ricardo M