quinta-feira, 7 de junho de 2012

MESA DE BAR


Olá Amigos.

Hoje xeretando nos mecanismos deste blog, só agora os  descobri , pois sou um confesso Analfabyte, vi  que meus textos já foram acessados mais de 1500 vezes, em comparação a outros blogs seria comparar uma luta minha com o Anderson Silva, mas para quem não tinha a princípio a mínima pretensão de ser lido por quem quer que fosse,  é uma grande façanha.
 No comecinho isto era verdade, esta coisa de não me importar em ser lido, mas através dos gestos de gentileza de amigos que me incentivaram com suas palavras de estímulo, fui tomando gosto pela coisa, e comecei a querer que as pessoas se interessassem pelos meus pensamentos imperfeitos, porém  mais do que o prazer de ter outras pessoas interessando-se pelo o que eu tenha a dizer,  o blog me fascina principalmente pelo enorme potencial de catarse emocional que o ato de escrever me proporciona,  é muito mais um acerto de contas com meus sentimentos e minha vivência dos fatos, me levando a uma forma de auto conhecimento  que era por mim ignorada até então, do que auto exposição, ou vaidade literária, pois escrever de forma competente exige recursos que ainda não possuo.
Sempre aconselhei a todos o hábito da leitura, um prazer que desfruto desde que me entendo por gente, mas nunca pensei que o ato de escrever também pudesse ser tão compensador emocionalmente, portanto façam vocês mesmos a experiência e ponham no papel as suas emoções, suas interpretações do que é vivenciado, mesmo que seja para você mesmo, e de fato sempre é, vocês verão que é uma ótima ferramenta para a própria compreensão e aprendizado.
Como estou vivenciando uma fase poética, tudo o que observo acabo tentando transformar em um texto poético, às vezes até acho que sou bem sucedido, em outras fico devendo, mas isto não me encabula mais não, coitado é de quem lê.
Meu profundo agradecimento a todos pela enorme generosidade com que estes textos são acolhidos,  hoje é também pensando em quem os lê, ou seja,  em vocês,  que eu os escrevo.
Esta poesia é auto-explicativa, reflete a  minha própria experiência de  certos momentos, onde a mesa de bar foi o derradeiro consolo, um destes tão decantados paraísos artificiais, onde os sorrisos não passam de frágeis fachadas, onde vive-se a camaradagem etílica, onde as pessoas pretensamente felizes,  em sua grande maior parte,  vivem suas inconseqüências, sem coragem de encarar o abismo de suas emoções, suas lacunas existenciais,  enfim como diz a letra de uma música que sempre me marcou, e é dela que veio a inspiração para a poesia, onde deixamos a falsa alegria a tristeza enganar.
Em tempo ressalto que, nada tenho contra a boemia, muito ao contrário, a ela sou bastante afeito,   trata-se apenas de uma advertência fraternal para que isto não venha   tornar-se  pretexto para  não  encarar  a própria realidade, as  incursões  a este universo, o das mesas de bar, fazem parte do nosso aprendizado de vida, mas anseio pelo dia que estas incursões sejam realmente apenas um complemento da nossa alegria, uma manifestação real de felicidade,  uma comemoração saudável pela beleza e a grandeza da vida.
Que Deus nos ampare nas nossas melhores aspirações, um grande abraço

Ricardo M

                                                      MESA DE BAR


Mesa de bar,companheira constante
Dos meus sonhos delirantes
Companheira de boemia
Amiga das horas incertas
Se trago a alma irrequieta
Só você me completa
Abranda-me a disritmia
Em seu bojo vejo as marcas
Entre os copos e as garrafas
Cicatrizes na madeira
Juras de amor rabiscadas
O nome da namorada
Junto ao placar da rodada
O desenho de um coração
Sempre a testemunha calada
Parceira da madrugada
Total absolvição
Minha leal confidente
Sólida e resistente
Derradeira consolação
Dentro de suas linhas retas
De meus segredos repleta
Vem sempre a resposta certa
Prá minha alma vazia
Mas nesta noite sombria
Deixo a você meu alerta
Vê se deste sonho desperta
E encare a realidade exposta a luz do dia
Todos que depredaram
Que em suas cadeiras sentaram
São reféns da melancolia
Simplesmente te usaram
 Só teu corpo profanaram
Como alívio da agonia
Não foram a ti solidários
Eram assim como eu, simples solitários
Vivendo de falsa alegria

Ricardo M