Olá amigos.
Depois de um longo tempo, volto a
ter oportunidade, vontade, e sobre tudo, motivo de estar novamente aqui,
colocando meus pensamentos imperfeitos em praça pública.
Esta semana, antes de uma
palestra no Centro Espírita Luzeiros do
Mestre, da qual eu estava encarregado, uma amiga fez uma página inicial
preparatória para esta palestra, onde o título do texto era a seguinte
pergunta: O que você faria se soubesse que amanhã seria o seu último dia de
vida?
As implicações de uma questão
aparentemente retórica, simples, mas de uma complexidade e abrangência enormes,
ficaram reverberando na minha mente.
Vivemos na ilusão de nossa
imortalidade material, apesar de sabermos da sua finitude, contraditório, mas é
assim que vamos levando.
Graças ao Criador, não trazemos
marcados no corpo, sua data de validade ou um código de barras, temos
consciência apenas do dia da fabricação, para continuar na metáfora.
Privilegiamos a matéria em
detrimento do espírito, este sim, imortal, damos a maior parte da nossa atenção
ao corpo material que nos serve de vestimenta e veículo de expressão, e mesmo
deste, somos na maioria, depositários
infiéis.
Mas retornemos a questão. O que
você faria se tivesse apenas mais um dia de vida? Melhor ainda, ou pior ainda,
se soubesse que este seria o seu último dia de vida?
Com quem você gostaria de passar
estes últimos momentos? O que você gostaria de dizer, que o orgulho, a vaidade
ou outras questões menores te impediram de falar? A quem pediríamos perdão
pelos males que causamos? Por quem, precisamos nos ver perdoados? Quais as
palavras que calamos, por conveniência própria, covardia, maldade ou por nossa
vontade fraca de fazer o que é necessário? Quais sentimentos sufocados viriam à tona
neste momento? O que perceberíamos de inutilidade em certas posturas que tomamos?
O quanto de inflexibilidade, ainda manteríamos diante da exiguidade deste
prazo? Quais preconceitos ainda manteríamos,
perante o abismo que se descortinaria a nossa frente? Qual o montante de
orgulho, de vaidade, ainda restaria nos nossos sentimentos? Quais
arrependimentos seriam confessados nesta hora extrema? Que certezas ainda
restariam sobre os seus alicerces, inabaláveis? Qual seria a última imagem na
sua tela mental? Que rosto você levaria impresso no coração, como companheiro
de viagem? Como você gastaria estes últimos preciosos segundos? Que nome seria
sussurrado neste derradeiro suspiro?
Quantas lágrimas seriam vertidas, e quantos sorrisos seriam
compartilhados? O que você gostaria de deixar como legado desta viagem que
agora se encerra? Como você gostaria de ser lembrado? E qual seria a verdadeira
contabilidade da sua existência?
Confrontados com a nossa finitude
material, são tantas as questões, são tantas as dúvidas, são tão poucas as
certezas, que evitamos nos questionar, ou confrontar esta realidade..
O fato é que esta realidade nos
confronta a cada amanhecer, não temos o segundo seguinte, mas agimos como se o
tempo material não tivesse fim, como se a viagem não tivesse destino de
chegada.
Reconcilia enquanto ainda está no
caminho, retirei a palavra, inimigo,
pois acho que esta, não seria a afirmação correta, arrogância minha, mas acho
que o Mestre não usaria nada maior do que desafeto. Portanto reconcilia com as
suas desafeições enquanto ainda temos a oportunidade de fazê-lo.
Uma questão tão simples na
aparência me fez refletir sobre os
caminhos percorridos, sobre as atitudes tomadas, sobre tudo o que fiz e deixei
por fazer, e o que ainda posso fazer.
É tarefa enorme reparar erros,
pois são incontáveis, mas sei que são todos parte do processo evolutivo,
contínuo, infindável, que me levarão ao conhecimento de mim mesmo, e da tão
decantada VERDADE.
CONHECEREIS A VERDADE, E ESTA VOS
LIBERTARÁ.
Sei que o momento desta
libertação ainda está oculto nas entranhas do tempo, esta entidade mística,
infinda para o espírito, mas de prazo certo para cada experiência na matéria.
Deixo à vocês o questionamento, que queima meus circuitos neuronais. Tomara que
eu tenha a clareza de pensamento e de sentimentos para dar a estas questões, as
melhores respostas possíveis.
Enquanto estou no caminho.
Fiquem todos sob a proteção do
Criador, que não coloca perguntas sem respostas, nem desafio maior do que a
capacidade que cada um possui de os ultrapassar.
Um grande abraço.
Ricardo M.
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