segunda-feira, 11 de maio de 2015

ÚLTIMO DIA DE VIDA

Olá amigos.
Depois de um longo tempo, volto a ter oportunidade, vontade, e sobre tudo, motivo de estar novamente aqui, colocando meus pensamentos imperfeitos em praça pública.
Esta semana, antes de uma palestra  no Centro Espírita Luzeiros do Mestre, da qual eu estava encarregado, uma amiga fez uma página inicial preparatória para esta palestra, onde o título do texto era a seguinte pergunta: O que você faria se soubesse que amanhã seria o seu último dia de vida?
As implicações de uma questão aparentemente retórica, simples, mas de uma complexidade e abrangência enormes, ficaram reverberando na minha mente.
Vivemos na ilusão de nossa imortalidade material, apesar de sabermos da sua finitude, contraditório, mas é assim que vamos levando.
Graças ao Criador, não trazemos marcados no corpo, sua data de validade ou um código de barras, temos consciência apenas do dia da fabricação, para continuar na metáfora.
Privilegiamos a matéria em detrimento do espírito, este sim, imortal, damos a maior parte da nossa atenção ao corpo material que nos serve de vestimenta e veículo de expressão, e mesmo deste, somos  na maioria, depositários infiéis.
Mas retornemos a questão. O que você faria se tivesse apenas mais um dia de vida? Melhor ainda, ou pior ainda, se soubesse que este seria o seu último dia de vida?
Com quem você gostaria de passar estes últimos momentos? O que você gostaria de dizer, que o orgulho, a vaidade ou outras questões menores te impediram de falar? A quem pediríamos perdão pelos males que causamos? Por quem, precisamos nos ver perdoados? Quais as palavras que calamos, por conveniência própria, covardia, maldade ou por nossa vontade fraca de fazer o que é necessário?  Quais sentimentos sufocados viriam à tona neste momento? O que perceberíamos de inutilidade em certas posturas que tomamos? O quanto de inflexibilidade, ainda manteríamos diante da exiguidade deste prazo? Quais preconceitos ainda manteríamos,  perante o abismo que se descortinaria a nossa frente? Qual o montante de orgulho, de vaidade, ainda restaria nos nossos sentimentos? Quais arrependimentos seriam confessados nesta hora extrema? Que certezas ainda restariam sobre os seus alicerces, inabaláveis? Qual seria a última imagem na sua tela mental? Que rosto você levaria impresso no coração, como companheiro de viagem? Como você gastaria estes últimos preciosos segundos? Que nome seria sussurrado neste derradeiro suspiro?  Quantas lágrimas seriam vertidas, e quantos sorrisos seriam compartilhados? O que você gostaria de deixar como legado desta viagem que agora se encerra? Como você gostaria de ser lembrado? E qual seria a verdadeira contabilidade da sua existência?
Confrontados com a nossa finitude material, são tantas as questões, são tantas as dúvidas, são tão poucas as certezas, que evitamos nos questionar, ou confrontar esta realidade..
O fato é que esta realidade nos confronta a cada amanhecer, não temos o segundo seguinte, mas agimos como se o tempo material não tivesse fim, como se a viagem não tivesse destino de chegada.
Reconcilia enquanto ainda está no caminho, retirei a palavra,  inimigo, pois acho que esta, não seria a afirmação correta, arrogância minha, mas acho que o Mestre não usaria nada maior do que desafeto. Portanto reconcilia com as suas desafeições enquanto ainda temos a oportunidade de fazê-lo.
Uma questão tão simples na aparência  me fez refletir sobre os caminhos percorridos, sobre as atitudes tomadas, sobre tudo o que fiz e deixei por fazer, e o que ainda posso fazer.
É tarefa enorme reparar erros, pois são incontáveis, mas sei que são todos parte do processo evolutivo, contínuo, infindável, que me levarão ao conhecimento de mim mesmo, e da tão decantada VERDADE.
CONHECEREIS A VERDADE, E ESTA VOS LIBERTARÁ.
Sei que o momento desta libertação ainda está oculto nas entranhas do tempo, esta entidade mística, infinda para o espírito, mas de prazo certo para cada experiência na matéria. Deixo à vocês o questionamento, que queima meus circuitos neuronais. Tomara que eu tenha a clareza de pensamento e de sentimentos para dar a estas questões, as melhores respostas possíveis.
 Enquanto estou no caminho.
Fiquem todos sob a proteção do Criador, que não coloca perguntas sem respostas, nem desafio maior do que a capacidade que cada um possui de os ultrapassar.
Um grande abraço.

Ricardo M.




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